O que é?

 

A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma doença degenerativa da retina, que causa perda rápida da visão central e é a principal razão de cegueira, em pessoas acima de 50 anos, nos países desenvolvidos.

Consequência da DMRI

Em pessoas com DMRI, a visão central é gradualmente destruída, de forma indolor. Essa visão central é necessária para ver as coisas claramente. Sem ela, atividades como reconhecer rostos, ler e dirigir são difíceis ou impossíveis.

 

A DMRI afeta uma porção da retina na parte de trás do olho, chamada de Mácula, e cujo centro é chamado de Fóvea. A Mácula é um tecido sensível à luz, necessário para ver pequenos detalhes. As duas formas de DMRI, úmida e seca, afetam a mácula.

 

Para entender melhor, assista ao vídeo:

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Quais são os tipos de DMRI?

A DMRI pode ser dividida em dois tipos:

 

  1. DMRI seca (não-neovascular ou não-exsudativa)
  2. DMRI úmida (neovascular ou exsudativa)

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DMRI Seca

A DMRI seca caracteriza-se pela presença de manchas amareladas na área da Mácula chamadas de “drusas”, ou ainda, pela atrofia das células do Epitélio Pigmentar da Retina (EPR).

 

É uma doença de progressão lenta que, geralmente, termina com a atrofia da região e responde por 90% de todos os casos de DMRI.

DMRI Seca

DMRI Úmida

A DMRI úmida, também chamada de Degeneração Macular Neovascular, é a forma mais severa da doença. Na DMRI úmida, vasos sanguíneos anormais começam a crescer por baixo da mácula e deixam vazar sangue e fluido. Esse vazamento pode levar ao comprometimento visual permanente de forma rápida.

 

A neovascularização na DMRI ocorre como resposta a um aporte deficiente de oxigênio nos tecidos da mácula. Ao contrário da DMRI seca, a DMRI úmida tem progressão rápida e, se não tratada em seu estágio inicial, evolui e gera uma cicatriz que elimina a visão central do paciente.

 

É importante ressaltar que a visão periférica do paciente não é atingida. A DMRI úmida responde por apenas 15% dos casos de DMRI, porém, por 90% dos casos de cegueira relacionada à DMRI.

DMRI Úmida

4 etapas do desenvolvimento da DMRI Úmida

Etapa 1

O EPR, unido por fortes conexões celulares, forma a barreira hemato retiniana externa, essencial para a manutenção do ambiente retiniano normal.

Etapa 2

Com a deposição de material extracelular e a formação de drusas, a comunicação entre a retina e a coroide com seu suprimento vascular é interrompida, resultando em hipóxia e estresse metabólico.

Etapa 3

Isso pode levar a um colapso no ambiente da retina. Além disso, causa a liberação dos fatores de crescimento, como o Fator de Crescimento Vascular Endotelial (VEGF) e do Fator de Crescimento Placentário (PLGF).

Etapa 4

Esses fatores levam à formação de novos vasos sanguíneos (neovasos), que penetram na retina através da membrana de Bruch e, por serem frágeis, deixam vazar sangue e fluido na mácula. Se a doença não for tratada, pode haver a formação de um tecido cicatricial, com consequente perda de visão central.

Sintomas

Embora os sintomas sejam leves nas etapas iniciais da doença, procure pelos seguintes sinais de alerta:

Visão Embaçada

Isso afeta a capacidade de ver os detalhes de qualquer distância.

Linhas retas parecendo onduladas, distorcidas ou quebradas

Isso pode acontecer com objetos do cotidiano, como um quadro ou porta.

Vendo pontos embaçados ou pretos

Especialmente no centro da visão. Também pode ficar difícil ver rostos pela mancha na visão central.

Dificuldade para diferenciar cores ou contrastes

Aumento na sensibilidade a luzes brilhantes

Ou pode haver problema em se ajustar da luz forte para luz fraca.

Atividades de perto, como ler ou tricotar, vão ficando impossíveis

Atenção

Se você notar alguma dessas dificuldades, em qualquer momento, converse com seu médico imediatamente. Lembrando que você pode ter apenas alguns deles e, no caso desta doença, podem mudar de um dia para o outro.

Diagnóstico

Como a evolução da DMRI úmida é muito rápida, o acompanhamento regular junto ao oftalmologista é muito importante.

 

A doença pode ser descoberta por meio do exame de fundo de olho, a oftalmoscopia ou fundoscopia ou mapeamento de retina. Para obter uma imagem clara do fundo do olho (retina), o oftalmologista primeiro dilata a pupila do paciente e, com auxílio de instrumentos e de lentes especiais, consegue examinar o fundo do olho.

 

A acuidade visual pode ser medida pela Tabela de Snellen (comum nos consultórios) ou pela tabela ETDRS (comumente usada nos estudos clínicos).

 

A observação de distorção de imagem ou presença de mancha na visão pode ser feita por meio da Tela de Amsler. Trata-se de um teste simples realizado por meio de uma grade de linhas horizontais e verticais, que auxilia na detecção de distúrbios visuais causados por alterações na retina, especialmente na Mácula.

Alt Tabela de Snellen
Importante

Na presença de qualquer alteração na imagem (linhas tortas ou borradas ou manchas na visão), o médico oftalmologista especialista em retina deve ser consultado.

Fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento da DMRI úmida

IDADE

IDADE

O maior fator de risco. A chance de desenvolver DMRI úmida aumenta com a idade da pessoa.

GENÉTICA

GENÉTICA

Você pode ter maior risco se algum membro imediato da família tiver DMRI úmida.

Coração

DMRI EM UM OLHO

Aumenta o risco de desenvolver DMRI no outro olho.

TABAGISMO

TABAGISMO

Pode duplicar ou triplicar o risco de desenvolver DMRI.

OBESIDADE

OBESIDADE

Aumenta a progressão da DMRI.

PRESSÃO ARTERIAL ALTA

PRESSÃO ARTERIAL ALTA

Aumenta o risco de desenvolvimento da DMRI.

EXPOSIÇÃO À LUZ UV

EXPOSIÇÃO À LUZ UV

Contribui para um aumento no risco de desenvolvimento da DMRI.

Importante

Converse com seu médico e faça check-ups regulares, se tiver algum desses fatores de risco de DMRI Úmida

Para entender melhor, assista ao vídeo:

 

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Tratamento

Sem tratamento, as pessoas diagnosticadas com DMRI úmida devem ficar funcionalmente cegas, em curto prazo. Mas, há tratamentos que podem ajudar a retardar a doença. Em alguns casos, podem reverter a perda de visão.

Fotocoagulação a laser

Tem por objetivo destruir os vasos sanguíneos frágeis e permeáveis que se desenvolvem no olho. Este tratamento é limitado, uma vez que é apropriado apenas para um pequeno percentual de pessoas com DMRI úmida e os vasos podem voltar a se desenvolver.

A Fotocoagulação a laser não é um tratamento amplamente usado.

Terapia Fotodinâmica (TFD)

Um medicamento é injetado no braço do paciente e percorre a corrente sanguínea, incluindo os novos vasos sanguíneos no olho. É emitida uma luz no olho para ativar o medicamento e os vasos sanguíneos frágeis e permeáveis são destruídos.

A TFD pode diminuir a progressão da DMRI úmida, mas não consegue interrompê-la ou restabelecer a visão. Além disso, os resultados frequentemente são temporários e os pacientes podem precisar de múltiplos tratamentos.

Os tratamentos anti-VEGF bloqueiam os Fatores de Crescimento Vascular Endotelial (VEGF) responsáveis em estimular o crescimento dos vasos novos no olho.

 

Os procedimentos anti-VEGF têm demonstrado interromper a DMRI úmida e, em alguns casos, reverter a perda de visão. A frequência de injeções no tratamento da DMRI é determinada pelo oftalmologista especialista em retina.

 

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Conheça a Aplicação Intravítrea

A Aplicação Intravítrea tem um risco inerente de infecção ocular, porém, na prática, com procedimentos de injeção corretos, as infecções intraoculares não são um grande problema durante o tratamento. Técnicas de assepsia devem ser observadas todas as vezes durante os procedimentos de injeção. Dentre os procedimentos pós-injeção, é recomendado ao oftalmologista:

 

  • Avaliar a percepção à luz, achados oftalmológicos indiretos e a pressão intraocular imediatamente após a injeção.
  • Instruir o paciente a relatar imediatamente quaisquer sinais de inflamação ou infecção ocular, como dor forte, olho vermelho e baixa visão.
  • Monitorar o paciente na semana seguinte à injeção, para permitir a detecção precoce de uma eventual infecção.

 

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Referências:

  1. Ambati J, Ambati BK, Yoo SH, et al. Age-Related Macular Degeneration: Etiology, Pathogenesis, and Therapeutic Strategies. Surv Opthalmol 48:257–293, 2003.

  2. Schmidt-Erfurth U, Chong V, Loewenstein A, et al. Guidelines for the management of neovascular age-related macular degeneration by the European Society of Retina Specialists (EURETINA). Br J Ophthalmol 2014;98:1144–1167.

  3. Miller JW. Age-Related Macular Degeneration Revisited – Piecing the Puzzle: The LXIX Edward Jackson Memorial Lecture. Am J Ophthalmol 2013;155:1–35.

  4. Lanzetta P, Mitchell P, Wolf S, Veritti D. Different antivascular endothelial growth factor treatments and regimens and their outcomes in neovascular age-related macular degeneration: a literature review. Ophthalmol 2013;97:1497–1507.

  5. Yeoh J, Sims J, Guymer RH. A review of drug options in age-related macular degeneration therapy and potential new agents. Expert Opin. Pharmacother. (2006) 7(17):2355-2368.

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